quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Trigésima Sexta Linha

Encontrar... algures
Já vai algum tempo que não testemunho os meus dias em palavras, não abrevio a efemeridade dos meus dias e o avanço estrondoso dos meus dias.
As caminhadas quebram-nos. Moldam-nos às novas características do caminho e levam-nos a outro percurso a ser feito... mas até lá caminho neste.
Aqui as folhas também caem, sente-se o frio. Respira-se o mar, bebe-se do horizonte oceânico e acredita-se nas novas fronteiras da nossa existência.
O desconhecido mantém-se esquecido e relembra-se passos dados numa outra existência, numa outra vida pelas calçadas degradadas dos lugares que teimam permanecer imunes à mudança.
Pensa-se em tudo o que se deixou em busca da diferença, do auto-conhecimento e crescimento pessoal. Descobrem-se novas flores mas também novos espinhos.
Dorme-se sobre uma cama, com uma almofada de experiências, de vontades e de esperanças que guardam os pós mágicos que de vez em quando esquecemo-nos possuir e eles ali ficam à espera de um novo respiro nosso, de uma nova oportunidade de voltarem à sua origem.
Vôo como sempre voei, vejo o caminho que percorro e as estradas que se desenham. Estou lá em baixo vivendo sobre o físico e sentindo tudo o que é de sentir.
Afinal muitas coisas mantêm-se iguais (mas amadurecidas), outras são (re)novidades e (re)vontades de voltar a vivenciar determinados momentos, ganhar forças e partir.
Um dia também partirei deste lugar, irei parar noutro, talvez o mesmo de alguns dias meus do passado, na busca da correcção e do seguimento da Vontade eterna de viver. Mas depois de gurdar este excerto da minha história não saberei do resto do meu dia, pois o Destino não nos mostra todo o caminho, vai-nos mostrando.
Algures em ponta delgada, este ponto oceânico que teimam chamar de delgado e em ponta, não associo em nada ao conceito, embate no mar, vai-se dessipando lentamente. É delgada na verdade planamente falando. encontra o mar, encontra-se a ela própria. É isso que cá faço, encontro-me.