quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Trigésima Sexta Linha

Encontrar... algures
Já vai algum tempo que não testemunho os meus dias em palavras, não abrevio a efemeridade dos meus dias e o avanço estrondoso dos meus dias.
As caminhadas quebram-nos. Moldam-nos às novas características do caminho e levam-nos a outro percurso a ser feito... mas até lá caminho neste.
Aqui as folhas também caem, sente-se o frio. Respira-se o mar, bebe-se do horizonte oceânico e acredita-se nas novas fronteiras da nossa existência.
O desconhecido mantém-se esquecido e relembra-se passos dados numa outra existência, numa outra vida pelas calçadas degradadas dos lugares que teimam permanecer imunes à mudança.
Pensa-se em tudo o que se deixou em busca da diferença, do auto-conhecimento e crescimento pessoal. Descobrem-se novas flores mas também novos espinhos.
Dorme-se sobre uma cama, com uma almofada de experiências, de vontades e de esperanças que guardam os pós mágicos que de vez em quando esquecemo-nos possuir e eles ali ficam à espera de um novo respiro nosso, de uma nova oportunidade de voltarem à sua origem.
Vôo como sempre voei, vejo o caminho que percorro e as estradas que se desenham. Estou lá em baixo vivendo sobre o físico e sentindo tudo o que é de sentir.
Afinal muitas coisas mantêm-se iguais (mas amadurecidas), outras são (re)novidades e (re)vontades de voltar a vivenciar determinados momentos, ganhar forças e partir.
Um dia também partirei deste lugar, irei parar noutro, talvez o mesmo de alguns dias meus do passado, na busca da correcção e do seguimento da Vontade eterna de viver. Mas depois de gurdar este excerto da minha história não saberei do resto do meu dia, pois o Destino não nos mostra todo o caminho, vai-nos mostrando.
Algures em ponta delgada, este ponto oceânico que teimam chamar de delgado e em ponta, não associo em nada ao conceito, embate no mar, vai-se dessipando lentamente. É delgada na verdade planamente falando. encontra o mar, encontra-se a ela própria. É isso que cá faço, encontro-me.

domingo, 24 de agosto de 2008

Trigésima Quinta Linha

Mudanças...
As mudanças ocorrem sempre. Sejam elas bem vindas, ou não, simplesmente sucedem-se umas às outras como o vento que chega, por tudo passa e vai avançando cada vez mais fraco até se dissipar no horizonte mas por onde passou muitas coisas alterou inclusive estados de espírito, tornando-nos densos de misericórdia... As mudanças quando surgem devastam pelo positiva ou pela negativa. Na maioria não são aceites ou então são super questionadas. Vence o "porquê...". No entanto quando estas se dão e são negadas, porque afinal de contas não estamos preparados ou criamos demasiadas expectativas, é dificil ultrapassar, aceitar, etc, etc, etc... O cansaço surge, a situação espera e desespera. O melhor é mesmo dar um passo à frente e aceitar a "mudança" eterna do destino e esperar pela resposta eterna do momento quando ela tiver que surgir. Decido dar esse passo, confiar na vida e deixar que as pedras rolem no mar no vaivém das ondas deixando-se levar tranquilamente pelo caminho que lhes for traçado.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Trigésima Quarta Linha

Será tudo?... Será isso?...
Tudo tem um dito final... a ida à loja, o atravessar a rua, o arrumar a casa, o estudar, o acabar um curso... a mudança. Todos lidamos com mudanças na nossa vida, umas mais fortes que outras, mas difíceis ou até mesmo inesperadas, mas dão-se. A dificuldade de lidar com uma mudança é a resistência que se gera, tudo parece realmente não se encaixar, como se algo não estivésse certo e tudo o que se faz até que essa mudança se dê torna-se inseguro e com pouca visivel... como o nevoeiro... Tudo porque para que a mudança se dê, para além da decisão, existe o tempo e esse é por vezes o maior aliado ou o mais constrangedor, podendo facilitar ou se resistirmos... dificultar. Pois bem, já várias mudanças se deram na minha vida precisamente, mas uma mais acabou de surgir e vai concretizar-se, assim escolhi e não é nada mais do que aquilo que quero, aquilo que sinto ser certo para mim.. é o meu caminho por agora.
Já à algum tempo que as palavras não me surgiam, deram lugares a acontecimentos práticos e à expressão de sentimentos.. agora apenas silenciosamente teclo, escrevendo aquilo que me vai na alma... reticente e insegura... triste e solitária... mas certa do que sinto... Será essa a minha luz?...

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Trigésima Terceira Linha

A ti "bebé" levo o que sinto...
Amar... sentir-te doce líbido no toque dos teus lábios nos meus, no terno beijo de aconchego e nos densos arrepios que me penetram a alma... sentimento profundo que imensamente coabita no coração com alegrias e tristezas, desgostos e solidão. Alimentas o dia de luz e a noite de calor, enches as nuvens de existência e o céu de anjos. Amar intensamente aquele que não é nosso, não nos pertence mas nos completa, nos preenche... Que loucamente nos leva à imensidão do pensamento, ao aquecimento de todas as células... "procura-me... sei que estou algures dentro de ti..." em busca de mais e mais sorrisos, de olhares, de abraços, de presença... Palavra quente que penetra o significado da nossa essência e prevalece sobre todas as coisas, todos os sentimentos, todas as dúvidas.
Imagino o branco pairando sobre o ar que respiro e vejo penas sobrevoando o meu ser. Levemente cortam o espaço emerso de vazio, pairando até mim, rodeando-me de paz e de clareza. Vejo tudo, apercebo-me de tudo, sinto tudo o que o meu coração consegue alcansar e apercebo-me dessa grande arma de que dispomos. Nada é tão certo como o que nos preenche o peito e o que o alimenta, esse pequeno grande sobrevivente, o amor! Dou-o livremente a todas as criaturas, a todos os seres, distribuo por todos os corações, toco em todos os rostos e ilumino os seus sorrisos porque deixo que ele, tão grandiosamente habite em mim. Obrigada por seres o perfume que a rosa da vida emana sobre mim todas as manhãs e enche-me a alma do seu suco.
Quanto a ti... já sabes procura-me apenas, se sentires o amor sentir-me-ás junto a ele...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Trigésima Segunda Linha

Por ai... caminhando e observando
Olho cada grão de pó, cada pequeno ser de pólen, cada folha que brota, cada flor que nasce, cada passo que dou no chão. Observo cada direcção que cada um toma, cada escolha que faz e que lhes é feita, que tão subtilmente nos leva ao devaneio da sua existência e à casualidade do momento. Apercebo-me que cada milimetro que percorrem é uma exactidão do seu percurso e do meu percurso.
Para tudo há uma razão plausível, uma história inerente, um silêncio terno de conhecimento. Os acasos são meras possibilidades de quem não acredita ou tem medo de aceitar as mensagens que lhes estão sendo dadas. Cada pequena porção de nós e do mundo pretendem contar uma história e levar cada espaço, cada ser ao lugar que lhe pertence. A luz guia-nos inteiramente nesse vazio que vai do nascimento à morte. Vazio esse que se vai preenchendo com aquilo que somos, que nos completa, que nos desenha. Vazio esse que se torna intenso de qualidades e de significado. Vazio que se enche de ensinamentos, de erros, de respiros, de lágrimas, de sorrisos, de palavras, de gestos, de histórias, de momentos, de silêncios, de pensamentos, de física e química, de matéria, de lições, de objectivos, de partidas e chegadas, de corações e sentimentos, do nada e do tudo, dos cheiros, das cores, do tacto, de sensações, de perguntas e respostas, de pegadas, de mtos passos!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Trigésima Primeira Linha

Por ai... caminhando
O percurso em torno do saber continua, sobre pedras, vidros, terra e esterco vou desembocando nas verdades que me compõem e completam cada célula que me define. Aposto em cada segundo do pensamento, aprendo com todos os segundos despreendidos dos outros que me rodeiam e lanço energia ao ar para que penetre nos seus corações e desenhe subtilmente o caminho de cada um inclusive o meu... Dúvida atrás de dúvida vou chegando às certezas que me deixam dar mais um passo de vida, de esforço, de conquista e de esperança.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Trigésima Linha

Gssss!!!
A eternidade da tua ausência leva a procura desse lugar amoroso que povoa a infinita ceara de trigo dos extensos campos da alma. Faz-me percorrer imensos momentos de passos atrás de passos na estrada sófrega de luz que coabita no mais fundo poço do meu peito, que em silêncio leva as águas perdidas de uma corrente imersa do pensamento em busca de um lago terno onde tu habitas.
Ninguém serás até ao momento em que a minha noite vira dia e as nuvens que me percorrem encontram o azul do céu, serás lembrança do nevoeiro que nos dias repletos de vazio e insignificância me perseguia. Falarás no ar que de mim respiras, do cheiro que de mim emanas, das palavras que para ti profiro, dos toques que lamentam a tão prolongada ausência do nada e choram o tão esperado futuro eterno dessa efemeridade.
Sentiremos juntos a cobrança do tempo e o desejo frenético de um beijo que em silêncio expelirá as doces e constantes memórias sobvalorizadas da matéria que nos compõe. Memórias que não são mais que frases feitas falhadas do pensamento e vontades imaginárias de se sentir os dois sendo um só corpo.
O futuro por nós desconhecido nada mais é senão o amanhã e o depois de amanhã, soluços da nossa existência neste percurso artilhado de bombas e chupa chupas.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Vigésima Nona Linha

Tu e Eu...

"Eu tenho o tempo,
Tu tens o chão,
Tens as palavras
Entre a luz e a escuridão.

Eu tenho a noite,
E tu tens a dor,
Tens o silêncio
Que por dentro sei de cor.

E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.

Eu tenho o medo,
Tu tens a paz,
Tens a loucura que a manhã ainda te traz.

Eu tenho a terra,
Tu tens as mãos,
Tens o desejo que bata em nós um coração.

E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós."

Pedro Abrunhosa

segunda-feira, 31 de março de 2008

Vigésima Oitava Linha

Saber amar

Amar o próximo é algo profundo e por muitos não sentido, querer o próximo como a si mesmo leva-nos a ponderar que poder temos na vida de possuir algo ou alguém quando ninguém é de ninguém, quando esse algo pretendido nada mais é do que um bem adquirido que fica neste mesmo mundo, o material... Por vezes as atitudes que tomamos são reflexos dos nossos sentimentos, amar o próximo é investir para que se possa compreender o que vai na alma desse alguém...
Ver o próximo, tudo o que não se vê a olho nu, leva-nos a perceber o sentido de amar e respeitar... Cada um de nós precisa do seu espaço temporal e físico para conseguir sentir a vida, lidar com ela e ser ele mesmo.
Procurar compreender os sentimentos dos que estão ao nosso lado ou que deixam de estar porque assim optaram é uma riqueza emocional e leva-nos a encontrar a paz interior que se desconhece possuir...
Os rumos tomados na vida existencial são momentos de procura de nós mesmos e apenas de nós, não de alguém ou para alguém. Acredito que o pensamento profundo do que somos para nós mesmos e para os outros faz-nos crescer, compreender e a (re)aprender a amar.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Vigésima Sétima Linha

O mistério da vida

Olho o céu translúcido onde sobre mim voam os anjos do amor, de corpos intensos de luz, de rostos repletos de compreensão que brilham como esmeraldas repletas de ternura. Continuo olhando para esse lugar tão vazio de matéria e tão cheio de significados.
Olho as flores que estão sob o meu corpo deitado no relvado repleto de cor, vejo-as brotar lentamente sob o luz do sol, cantando o jubileu desse momento intenso a que assisto.
Respiro profundamente o ar puro de sentimentos e absorvo por cada célula do meu corpo a mensagem da vida.
Palavras que se ligam por letras e linhas, palavras que nos descobrem o pensamento como um véu de seda que desliza sobre cada lágrima que desliza pela alma...
Olho cada pedaço do meu corpo e aprendo a lição terna da vida, o sentir... sinto-me em harmonia eterna com o mundo que me gerou e com a realidade a que pertenço, o alto dos céus.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Vigésima Sexta Linha

Sinto saudades...

Sinto saudades do eterno ar que me bombeia,
Da vida extasiante que desconheço,
Dos momentos passados aí... contigo.
Sinto saudades dos cheiros de criança,
que residem fortunadamente na minha memória,
Dos sonhos bons que desconheço de olhos fechados,
Das alegrias eternas de estar aqui.
Dos passos acompanhados dos teus,
Dos sorrisos ingénuos da alma
Que me habita...

Este sentimento de nostalgia
embriaga-me com o teu sorriso,
faz-me procurar a tua luz na minha luz,
faz-me querer que esta saudades vazia
Possa ser preenchida no calor do teu olhar...
Olho a Lua intensa de mistérios,
Vejo-me sentida neste lugar de nada
Neste lugar de tudo em Lua Cheia...
Anseio pela palavra jamais dita
Num futuro que se limita ao Agora da minha existência...
Será esta saudade a lembrança de que sinto?
Será esta saudade a verdade eterna de ti?
Será esta saudade simplesmente eu procurando por mim,
Sim... só o poderá ser... não?...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Vigésima Quinta Linha

O que quererei eu...
Acordar a pensar o que será tudo isto por que passámos... às vezes nem queremos saber, na verdade o melhor é nem tentar adivinhar, surgem sempre surpresas...
Depois vôo na imensidão do céu, na busca insessante da alma que caminha pairando no destino e leva-nos no caminho do sonho intenso de uma noite dormida nas palhinhas do aconchego e na paz da profunda ternura que emerge dos nossos póros... Voámos... como voámos sobre campos e campos de experiências e sobre flores e árvores de companheirismo na procura daquele lugar que é só nosso, sem nome, sem número mas infinitamente nosso. Vemos cores e cores de obstáculos, procuramos o amarelo desperado, o rosa amoroso, o vermelho apaixonante, o azul pacifico, o verde esperançoso, o branco solitário, o roxo espiritual, o cinzento cansado e até mesmo o preto insensato... Como se fossem seres de imensas caracteristicas que nos esperam pacientemente nas lágrimas que tao dificilmente procuramos esconder. Surgem estas como pranchas de ski que deslizam face abaixo, libertando-se da dor, agarrando-se ao destino e rezando pela luz eterna do Senhor.
Todos o fazemos... na busca de respostas... eu ainda espero, um dia hão-de bater à minha porta, aí as cores que me acompanham serão eternas alegrias do meu ser.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Vigésima Quarta Linha

Pensando praqui na minha prática diária...

Estes últimos dias tem sido ver e fazer linhas emais linhas, e mais manchas, fica tudo tramado... Tramada estou eu, mas enfim... este é apenas mais um dia de intenso esforço em trabalhar alguma coisa e construir mais linhas e outras linhas... Sim, porque este tipo de embriaguês dá que falar... eu vez de andar às curvas ando aos ziguezagues pela força das linhas angulares e das prependiculares que me tenho cansado de traçar...
A vida é realmente uma arquitectura fantástica. Um dia cheguei a essa conclusão com uma pessoa enquanto debatiamos que sentido poderia ter a arquitectura no nosso dia a dia, como a prática da mesma podeira ultrapassar o regime processual e de entendimento do espaço fictício que tinhamos que criar. Projectos enraizados apenas em papel... assim, tornou-se importante perceber e porque não fora dele? é verdade, intensos momentos de "nada" como uma folha de papel em branco que grita para que desenhemos esse mesmo "nada" nele. As linhas meio trémulas começam a surgir e a mente de repente impressiona-nos a nós mesmos. Eu trespasso isso para o dia a dia de todos nós... de um momento para outro 'voilá' faz-se luz, aí é montada toda a instalação eléctrica!
A vida é assim mesmo como a arquitectura! Querem ver? pois bem... estás em casa, apetece-te apanhar ar, abres a janela, porque não podes ir à rua e ficas logo apto a observar o "mundo lá fora", respirar ar fresco, levar com o sol na face e ouvir os passarinhos, quando os há. A vida também é assim, muitas vezes nos sentimos aprisionados por uma determinada circunstãncia, um problema, uma aflição, que a vontade é não mais que respirar outro ar, sentires-te livre e suspenso. O que fazes? nada como refrescar as ideias!´
Os obstáculos no passeio enquanto caminhas parecem apenas erros de concepção, labirintos confusos de materiais e direcções, assim é a nossa vidinha mais uma vez... confusa, cheia de obstáculos... mas tal como conseguimos percorrer esse passeio porque temos que passar de um ponto para outro, também o podemos e devemos fazer nas situações da vida, a não ser que se procure outro caminho para seguir...
Que filosofia maluca de relacionar duas áreas como estas, a vida e a arquitectura, mas estão mais que ligadas, formam um elo imenso de compreensão do nosso viver.
Pensem nisso...


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Vigésima Terceira Linha

Dizer Não é uma oportunidade, ouvi-lo uma possibilidade
Porque nos é tão fácil por vezes dizer que não a alguém e até a nós mesmos quando não queremos alguma coisa material por uma determinada razão? Mas porque será tão dificil dizermos não a nós mesmos quando as duvidas surgem, como o "não me parece...", "sinceramente não sei...", "é melhor não...", quando o nosso coração nos grita para dizermos que sim, que devemos arriscar, que temos que agir e considerar as hipóteses e os sinais que nos são entregues perante cada situação. Ás vezes é tão mais fácil enganarmo-nos a nós próprios e aos outros dizendo sim, "sim eu sei...", "claro que sim, prefiro não agir"... Depois começa o ego a falar por nós "não faças isso, não é seguro", "não arrisques podes levar um não", "para quê tentar, não vale a pena"... tantas mas tantas possibilidades de o não surgir para todas as situações. E ouvir um não de alguém, que medo tremendo de se ser negado, de perceber que não é para nós. Faz parte do nosso crescimento, saber sermos suficientemente humildes para aceitar o que os outros têm para nos dizer. Na verdade, há riscos que devem ser tomados, só com eles poderemos evoluir. Sabe sempre bem ouvir um sim, sobretudo quando se trata de sentimentos. Sim, sim sim!! Mas e o não, faz parte... é porque simplesmente não era para nós, não eram assim que as coisas tinham que ser. Lutar por males desnecessários simplesmente porque achamos que aquele é o melhor para nós, definitivamente não vale de nada, para além de se perder energias perde-se o juizo na maioria dos casos, aí acontecem coisas de que muitas vezes não nos orgulhámos nem de perto! Evoluir é aceitar o que cada um tem para nos dar e aprender a viver com isso porque cedo as respostas surgem e voilà! faz-se luz!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Vigésima Segunda Linha


A dita caminhada... e escura


Ai... suspiro gotículas de ansiedade... Que busca temos afinal que fazer nesta vida?!... Acredito nisto, naquilo, naquel'outro.... mas afinal que caminho é esse.... vamos caminhando, fazendo percursos de incerteza e sem grandes convicções vamos andando e andando e andando... mas há uma altura em que o raio do caminho é mais tenebroso que a noite de lua nova no mais escuro dos becos... o dito túnel de que todos falam "há sempre uma luz no fundo do túnel"... bla, bla, bla... mas ele não deixa de ser escuro e assustador... querer ar para se respirar e o que se sente é apenas aflição e o batimento do coração que parece mais assustado que nós, que se pudesse já se teria colocado a milhas à muito tempo... mas não, está-nos preso ao peito e bate arduamente na nossa passagem por esse sítio esquesito e desprovido de cor... Esses são muitos dos nossos dias, dúvidas existenciais!!!
Agora olhando o que o mundo tem para nos dar, porque nos queixamos tanto? É tudo tão grandioso e tão lindo! E sim, a fase da lua nova é como o próprio nome diz, uma fase, e os becos... bem, esses só existem porque são as miragens que a maioria das vezes fazemos questão de criar ilusoriamente frente a uma situação da qual não sabemos como sair. Todos os becos têm saida, mesmo! Já me o provaram, a partir do momento que as soluções nos são dadas e as quais temos que agarrar!!
Agarrem a vida com unhas e dentes e quando acharem que estão num beco, durmam sobre o assunto, há sempre como resolver as coisas a bem, sempre a bem.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Vigésima Primeira Linha


Cores
Penso no amarelo quando estou feliz, alegre e completamente desfeita em sorrisos. Olho o sol e vejo como bonito pode ser o nosso dia e quão intensa pode ser a luz que nos ilumina!
Penso no branco quando busco paz interior e quando me sinto completamente conectada com os anjos e com o mundo, sinto-me em plena harmonia comigo mesma, é fantástico!
Penso no verde em busca da esperança que tantas vezes parece dissipar-se, em busca da cor intensa que preenche o meu mundo de origem, o verde da relva, da paisagem, o verde que envolve o mundo natural que tão intensamente vive no meu sangue!
Penso no azul! Que intenso que o azul é nos nossos dias, o ceu que nos cobre tão carinhosamente! O mar azulão, reflexo do céu na terra engana-nos bruscamente a vista mas tão intensamente refresca o coração!
Penso no laranja quando a energia que me cobre é maior que eu, apetecendo-me abraçar o mundo numa única inspiração!
Penso no vermelho, cor do amor e da paixão. Despisto-a dos meus dias mas na verdade é ela que enche todos os vazios do meu corpo, e as veias de vida e sentimento!
Penso no lilás quando me conecto com o Universo e espirtualmente falo com o Amor Universal, iluminando cada gesto de sabedoria e cada pensamento intelectual.
Conecto todas as cores numa só e sinto-me completa e cheia de vida! Que melhor sensação poderemos querer que não sentirmo-nos vivos e amplamente sentidos!
São muitas as outras cores que nos sustentam como seres, possuem a mesma importância e provocam em nós outro tipo de reflexos que sinuosamente penetram ao pormenor o nosso dia a dia. Todas valem a pena, todas tem capacidades únicas de nos embelezar e preencher.
Pintemos cada dia nosso, cada palavra dita, cada pensamento surgido e sintamos a cor que o nosso coração nos permitir sentir.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Vigésima Linha

a expressão
Como é giro podermos nos expressar quando queremos! Hoje a chover fiz questão de me por a pular e a cantar "I´m singing in the rain" no separador (prai com 7m de largura) na avenida da boavista, afinal de contas estava mesmo chover e eu super embriagada de uma exposição que fui ver durante a tarde! Foi muito engraçado mesmo! A minha amiga ri-se constantemente à minha custa sempre que vamos a algum lado, é sempre galhofa, faço sempre questão de me expressar! Depois surgem as minhas gargalhadas sonoras e contagiantes que muitos conhecem que põe todos aqueles que passam por nós com aquele olhar curioso a perguntar o que se passa, porque te ris assim e simplesmente, porque ris, ou ainda aqueles que mostram um desdem ou desinteresse total pela felicidade momentanea e abundante dos outros. Não me incomoda simplesmente, sou genuína no que faço e sobetudo no que sinto. Sei qual o meu caminho e a minha vontade! Todos precisamos de nos expressar, de mostrarmos porfundamente o que sentimos e como o sentimos! Respeito sempre o espaço dos outros e afinal de contas também me controlo, mas é tão bom estar feliz, embriagada de alegria e poder distribui-la assim aos outros, sem nada em troca, contagiando apenas!
Vale sempre a pena cultivar sentimentos bons porque surgirão sempre a dobrar e a dobrar e a dobrar, é só permitir :)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Décima Nona Linha

Amar-te aos meus olhos

O meu sonho é amar-te incondicionalmente aos olhos de todos, sem ter que esconder o que o meu coração sente, as lágrimas que escondo e a alegria que silenceio.
O meu sonho é poder amar na vida o tudo o que ela me dá.
O meu sonho é sentir o teu cheiro intrinseco ao meu pensamento, ver e rever o teu sorriso e as esmeraldas ternas que vigiam a minha memória.
O meu sonho é deixar o destino levar-me até ti num futuro longínquo desejando ansiosamente poder abraçar-te.
O meu sonho é respirar-te a todos os segundos da minha existência e cada suspiro de presença eterna do teu ser.
O meu sonho é gritar bem baixinho no teu peito fazendo ecoar cada letra do que sinto na teu coração.
O meu sonho é penetrar na tua alma com a minha presença, cada sorriso e cada doce e terna esperança que levam até ti as mensagens do meu coração.
A minha realidade é bem menos substancial e tu, o alguém que tão secretamente vagueia na minha memória, existes simplesmente na vontade que tenho de poder viver na tua existência. O presente é bem mais cruel que os sonhos que alimentam uma loucura.
Vivo em paz este amor eterno, deixo-te viver a tua vida tal como tu escolheste ou que te escolheu a ti vivê-la e peço a cada lembrança tua que sejas feliz na tua verdade.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Décima Oitava Linha

Palavras ditas em Silêncio
Muitas vezes perguntámo-nos como explicar o que sinto? como posso dizer-lhe o que me vai na alma sem magoar? como posso passar para palavras aquilo que é maior que eu?... perguntas que nem todos fazem ou simplesmente em silêncio as aceitam como derrota. Nem sempre falar foi fácil, muito menos transmitir aquilo que sentimos. Outras vezes é inapropriado dizer o que o coração grita para ser dito, outras vezes procura-se simplesmente ser racional e limitarmo-nos às condescendências da vida deixando que o destino escolha caso acreditemos nele ou aceitando uma derrota pela qual não tivemos coragem de lutar... O estar com os outros abarca grande sinceridade, capacidade e discernimento daquilo que vemos e sentimos em relação a alguém. Isso faz-nos não falar ou simplesmente engolir as palavras, sofrendo silenciosamente. Alguns porém, não conseguem escondê-lo nos olhos, desviando o olhar ou olhando simplesmente no vazio querendo dizer tudo mas respeitando o outro... por medo também se o faz, não se fala como se fosse melhor assim. Como se fugir das palavras naquele exacto momento fosse um acto corajoso e não cobardia expressa nesse mesmo silêncio. Depois muitos julgam a vida como injusta e incapaz deles próprios, quando os erros somos nós a cometê-los, quando em algum momento, por muito pequeno que fosse, a escolha foi feita por nós... isso acarreta consequências, muitas vezes levadas encosta abaixo como bola de neve. Rezando para que as coisas mudem e agindo precisamente ao contrário. Entregarmo-nos à vida e aceitando o destino ajuda a perceber o nosso papel aqui, tudo o que vemos é mais claro, tudo o que dizemos é ainda mais sincero e claro. Não enganámos o próximo nem a nós mesmos. Falar não é errar, muito menos quando o que as palavras transmitem são sentimentos puros. Essa é a grande capacidade que temos e que a maioria esquece, sentir tudo o que nos rodeia. Por isso digo, não vos percam em coisas fúteis e em propósitos menores que o vosso tamanho e procurem sempre construir cada pedra do vosso caminho como merecedores dela, aí todas as respostas virão calmamente ter connosco. E quanto ao que sentimos e não conseguimos expressar... é apenas uma prova de que sentir que perdemos pode ser mais doloroso, não podemos sofrer por antecipação, temos que acreditar sempre que o que nos acontece é para nosso bem, mais à frente perceberemos porquê... sejamos pacientes com a vida, porque ela é extremamente paciente connosco.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Décima Sétima Linha

Ser livre ou procurar a liberdade?!
O que significa para mim liberdade. Liberdade funciona como o poder de respostas, de decisões, de aventuras e riscos. Ser livre abarca felicidade pensada e sentido de procura de um lugar sob a luz terna do sol. Respirar eternamente a solidão de nós mesmos e a nossa invisivel companhia de que tanto esquecemos, ser livre é isso mesmo, esquecer o que quisermos, fazermos o que quisermos, falarmos o que quisermos, chorar ou rir quando quisermos... no entanto há os outros, aqueles que estão ali ao nosso lado, independentemente de os conhecermos ou não, estão lá. Assim há que repensar o sentido de liberdade, porque esta implica sempre no mínimo uma acção e uma decisão, sejam mesmo elas não fazer absolutamente nada. Consequencias de ser livre também as há... tudo implica responsabilidade até mesmo no pensamento. Portanto na verdade, seremos livres apenas quando ños permitimos não pensar e apenas sentir sem agir, ter contacto directo com o mundo tal como ele o é, com mais uma pedra ou menos uma. Aceitarmos humildemente o pouco que somos e o muito que temos e ai então respirar o ar eterno que nos completa, o ar húmido da terra, olhar o céu, sorrir, olhar o mar e apaixonar simplesmente, olhar a terra e senti-la nos pés, esse é o mais puro sentido de liberdade... agradecer cada átomo que nos compõe e todos aqueles que nos envolvem! Depois é só viver dentro dessa bolha de sentimentos puros e sinceros, assim nos sentiremos sempre livres e capazes!!!