segunda-feira, 31 de março de 2008

Vigésima Oitava Linha

Saber amar

Amar o próximo é algo profundo e por muitos não sentido, querer o próximo como a si mesmo leva-nos a ponderar que poder temos na vida de possuir algo ou alguém quando ninguém é de ninguém, quando esse algo pretendido nada mais é do que um bem adquirido que fica neste mesmo mundo, o material... Por vezes as atitudes que tomamos são reflexos dos nossos sentimentos, amar o próximo é investir para que se possa compreender o que vai na alma desse alguém...
Ver o próximo, tudo o que não se vê a olho nu, leva-nos a perceber o sentido de amar e respeitar... Cada um de nós precisa do seu espaço temporal e físico para conseguir sentir a vida, lidar com ela e ser ele mesmo.
Procurar compreender os sentimentos dos que estão ao nosso lado ou que deixam de estar porque assim optaram é uma riqueza emocional e leva-nos a encontrar a paz interior que se desconhece possuir...
Os rumos tomados na vida existencial são momentos de procura de nós mesmos e apenas de nós, não de alguém ou para alguém. Acredito que o pensamento profundo do que somos para nós mesmos e para os outros faz-nos crescer, compreender e a (re)aprender a amar.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Vigésima Sétima Linha

O mistério da vida

Olho o céu translúcido onde sobre mim voam os anjos do amor, de corpos intensos de luz, de rostos repletos de compreensão que brilham como esmeraldas repletas de ternura. Continuo olhando para esse lugar tão vazio de matéria e tão cheio de significados.
Olho as flores que estão sob o meu corpo deitado no relvado repleto de cor, vejo-as brotar lentamente sob o luz do sol, cantando o jubileu desse momento intenso a que assisto.
Respiro profundamente o ar puro de sentimentos e absorvo por cada célula do meu corpo a mensagem da vida.
Palavras que se ligam por letras e linhas, palavras que nos descobrem o pensamento como um véu de seda que desliza sobre cada lágrima que desliza pela alma...
Olho cada pedaço do meu corpo e aprendo a lição terna da vida, o sentir... sinto-me em harmonia eterna com o mundo que me gerou e com a realidade a que pertenço, o alto dos céus.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Vigésima Sexta Linha

Sinto saudades...

Sinto saudades do eterno ar que me bombeia,
Da vida extasiante que desconheço,
Dos momentos passados aí... contigo.
Sinto saudades dos cheiros de criança,
que residem fortunadamente na minha memória,
Dos sonhos bons que desconheço de olhos fechados,
Das alegrias eternas de estar aqui.
Dos passos acompanhados dos teus,
Dos sorrisos ingénuos da alma
Que me habita...

Este sentimento de nostalgia
embriaga-me com o teu sorriso,
faz-me procurar a tua luz na minha luz,
faz-me querer que esta saudades vazia
Possa ser preenchida no calor do teu olhar...
Olho a Lua intensa de mistérios,
Vejo-me sentida neste lugar de nada
Neste lugar de tudo em Lua Cheia...
Anseio pela palavra jamais dita
Num futuro que se limita ao Agora da minha existência...
Será esta saudade a lembrança de que sinto?
Será esta saudade a verdade eterna de ti?
Será esta saudade simplesmente eu procurando por mim,
Sim... só o poderá ser... não?...

quinta-feira, 20 de março de 2008

Vigésima Quinta Linha

O que quererei eu...
Acordar a pensar o que será tudo isto por que passámos... às vezes nem queremos saber, na verdade o melhor é nem tentar adivinhar, surgem sempre surpresas...
Depois vôo na imensidão do céu, na busca insessante da alma que caminha pairando no destino e leva-nos no caminho do sonho intenso de uma noite dormida nas palhinhas do aconchego e na paz da profunda ternura que emerge dos nossos póros... Voámos... como voámos sobre campos e campos de experiências e sobre flores e árvores de companheirismo na procura daquele lugar que é só nosso, sem nome, sem número mas infinitamente nosso. Vemos cores e cores de obstáculos, procuramos o amarelo desperado, o rosa amoroso, o vermelho apaixonante, o azul pacifico, o verde esperançoso, o branco solitário, o roxo espiritual, o cinzento cansado e até mesmo o preto insensato... Como se fossem seres de imensas caracteristicas que nos esperam pacientemente nas lágrimas que tao dificilmente procuramos esconder. Surgem estas como pranchas de ski que deslizam face abaixo, libertando-se da dor, agarrando-se ao destino e rezando pela luz eterna do Senhor.
Todos o fazemos... na busca de respostas... eu ainda espero, um dia hão-de bater à minha porta, aí as cores que me acompanham serão eternas alegrias do meu ser.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Vigésima Quarta Linha

Pensando praqui na minha prática diária...

Estes últimos dias tem sido ver e fazer linhas emais linhas, e mais manchas, fica tudo tramado... Tramada estou eu, mas enfim... este é apenas mais um dia de intenso esforço em trabalhar alguma coisa e construir mais linhas e outras linhas... Sim, porque este tipo de embriaguês dá que falar... eu vez de andar às curvas ando aos ziguezagues pela força das linhas angulares e das prependiculares que me tenho cansado de traçar...
A vida é realmente uma arquitectura fantástica. Um dia cheguei a essa conclusão com uma pessoa enquanto debatiamos que sentido poderia ter a arquitectura no nosso dia a dia, como a prática da mesma podeira ultrapassar o regime processual e de entendimento do espaço fictício que tinhamos que criar. Projectos enraizados apenas em papel... assim, tornou-se importante perceber e porque não fora dele? é verdade, intensos momentos de "nada" como uma folha de papel em branco que grita para que desenhemos esse mesmo "nada" nele. As linhas meio trémulas começam a surgir e a mente de repente impressiona-nos a nós mesmos. Eu trespasso isso para o dia a dia de todos nós... de um momento para outro 'voilá' faz-se luz, aí é montada toda a instalação eléctrica!
A vida é assim mesmo como a arquitectura! Querem ver? pois bem... estás em casa, apetece-te apanhar ar, abres a janela, porque não podes ir à rua e ficas logo apto a observar o "mundo lá fora", respirar ar fresco, levar com o sol na face e ouvir os passarinhos, quando os há. A vida também é assim, muitas vezes nos sentimos aprisionados por uma determinada circunstãncia, um problema, uma aflição, que a vontade é não mais que respirar outro ar, sentires-te livre e suspenso. O que fazes? nada como refrescar as ideias!´
Os obstáculos no passeio enquanto caminhas parecem apenas erros de concepção, labirintos confusos de materiais e direcções, assim é a nossa vidinha mais uma vez... confusa, cheia de obstáculos... mas tal como conseguimos percorrer esse passeio porque temos que passar de um ponto para outro, também o podemos e devemos fazer nas situações da vida, a não ser que se procure outro caminho para seguir...
Que filosofia maluca de relacionar duas áreas como estas, a vida e a arquitectura, mas estão mais que ligadas, formam um elo imenso de compreensão do nosso viver.
Pensem nisso...