As teias da vida
Num sopro profundo
de imenso vazio
trilhamos pouco a pouco
caminhos na vida
onde teias finas de saber
são tecidas nos nossos passos
caminhamos num rumo de crença
num destino de luz,
de sol radioso.
Nas teias da vida
seguimos bosques de côr, de escuro, de nada
seguimos trilhos de dúvida e de arraso...
mas a luz que pelos ramos da existência
desenham fios de esperança no chão,
fazem-nos crer e querer
acreditar na chegada
ao futuro que se desenha nas linhas da mão.
terça-feira, 2 de junho de 2009
segunda-feira, 18 de maio de 2009
Trigésima Sétima Linha
Dúvidas...
As dúvidas desenham medos e silêncios... fazem de nós presas fáceis na dissolução de se querer viver... Em vez de darmos dois passos em frente temos a sensação que andamos consecutivamente quilómetros para trás. Duvidar será sempre aquele momento de indecisão, de receio, de angústia, de incerteza, de infelicidade... É na linha ténua entre a dúvida e a certeza que encontramos a felicidade. A dúvida trará sempre certezas e as certezas trarão sempre dúvidas na bagagem. Que maior desafio se poderia querer da vida que não a capacidade de lidar com a escolha... pois esta é nem mais nem menos consequência de uma dúvida ou de uma certeza.
Vejo-me ao espelho dia após dia, infindavelmente acreditando que o cenário que está para além de mim será diferente, mas dia após dia o tempo não pára, nas minhas costas poderá continuamente existir um mesmo papel de parede, mas eu mudarei dia após dia... A dúvida efémera do que somos na verdade é sentida e não há resposta que não se obtenha quando se sente simplesmente. A mente interage apenas com esta realidade que pisamos, o espírito dá-nos as respostas da eternidade.
Podemos até duvidar, questionar o que fazer, entrar no devaneio frente a uma luta que parece não ter fim, mas a verdade será sempre só uma e essa teremos que procurar... não aqui mas algures lá em cima ou algures bem lá dentro.
São muitas as dúvidas que se apoderam do meu ser, que questionam o meu sentir, que absorvem o meu olhar... o tempo será sempre o meu melhor amigo a lidar com elas dia após dia de frente ou não para o espelho que reflecte a minha vida.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Trigésima Sexta Linha
Encontrar... algures
Já vai algum tempo que não testemunho os meus dias em palavras, não abrevio a efemeridade dos meus dias e o avanço estrondoso dos meus dias.
As caminhadas quebram-nos. Moldam-nos às novas características do caminho e levam-nos a outro percurso a ser feito... mas até lá caminho neste.
Aqui as folhas também caem, sente-se o frio. Respira-se o mar, bebe-se do horizonte oceânico e acredita-se nas novas fronteiras da nossa existência.
O desconhecido mantém-se esquecido e relembra-se passos dados numa outra existência, numa outra vida pelas calçadas degradadas dos lugares que teimam permanecer imunes à mudança.
Pensa-se em tudo o que se deixou em busca da diferença, do auto-conhecimento e crescimento pessoal. Descobrem-se novas flores mas também novos espinhos.
Dorme-se sobre uma cama, com uma almofada de experiências, de vontades e de esperanças que guardam os pós mágicos que de vez em quando esquecemo-nos possuir e eles ali ficam à espera de um novo respiro nosso, de uma nova oportunidade de voltarem à sua origem.
Vôo como sempre voei, vejo o caminho que percorro e as estradas que se desenham. Estou lá em baixo vivendo sobre o físico e sentindo tudo o que é de sentir.
Afinal muitas coisas mantêm-se iguais (mas amadurecidas), outras são (re)novidades e (re)vontades de voltar a vivenciar determinados momentos, ganhar forças e partir.
Um dia também partirei deste lugar, irei parar noutro, talvez o mesmo de alguns dias meus do passado, na busca da correcção e do seguimento da Vontade eterna de viver. Mas depois de gurdar este excerto da minha história não saberei do resto do meu dia, pois o Destino não nos mostra todo o caminho, vai-nos mostrando.
Algures em ponta delgada, este ponto oceânico que teimam chamar de delgado e em ponta, não associo em nada ao conceito, embate no mar, vai-se dessipando lentamente. É delgada na verdade planamente falando. encontra o mar, encontra-se a ela própria. É isso que cá faço, encontro-me.
domingo, 24 de agosto de 2008
Trigésima Quinta Linha
Mudanças...
As mudanças ocorrem sempre. Sejam elas bem vindas, ou não, simplesmente sucedem-se umas às outras como o vento que chega, por tudo passa e vai avançando cada vez mais fraco até se dissipar no horizonte mas por onde passou muitas coisas alterou inclusive estados de espírito, tornando-nos densos de misericórdia... As mudanças quando surgem devastam pelo positiva ou pela negativa. Na maioria não são aceites ou então são super questionadas. Vence o "porquê...". No entanto quando estas se dão e são negadas, porque afinal de contas não estamos preparados ou criamos demasiadas expectativas, é dificil ultrapassar, aceitar, etc, etc, etc... O cansaço surge, a situação espera e desespera. O melhor é mesmo dar um passo à frente e aceitar a "mudança" eterna do destino e esperar pela resposta eterna do momento quando ela tiver que surgir. Decido dar esse passo, confiar na vida e deixar que as pedras rolem no mar no vaivém das ondas deixando-se levar tranquilamente pelo caminho que lhes for traçado.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Trigésima Quarta Linha
Será tudo?... Será isso?...
Tudo tem um dito final... a ida à loja, o atravessar a rua, o arrumar a casa, o estudar, o acabar um curso... a mudança. Todos lidamos com mudanças na nossa vida, umas mais fortes que outras, mas difíceis ou até mesmo inesperadas, mas dão-se. A dificuldade de lidar com uma mudança é a resistência que se gera, tudo parece realmente não se encaixar, como se algo não estivésse certo e tudo o que se faz até que essa mudança se dê torna-se inseguro e com pouca visivel... como o nevoeiro... Tudo porque para que a mudança se dê, para além da decisão, existe o tempo e esse é por vezes o maior aliado ou o mais constrangedor, podendo facilitar ou se resistirmos... dificultar. Pois bem, já várias mudanças se deram na minha vida precisamente, mas uma mais acabou de surgir e vai concretizar-se, assim escolhi e não é nada mais do que aquilo que quero, aquilo que sinto ser certo para mim.. é o meu caminho por agora.
Já à algum tempo que as palavras não me surgiam, deram lugares a acontecimentos práticos e à expressão de sentimentos.. agora apenas silenciosamente teclo, escrevendo aquilo que me vai na alma... reticente e insegura... triste e solitária... mas certa do que sinto... Será essa a minha luz?...
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Trigésima Terceira Linha
A ti "bebé" levo o que sinto...
Amar... sentir-te doce líbido no toque dos teus lábios nos meus, no terno beijo de aconchego e nos densos arrepios que me penetram a alma... sentimento profundo que imensamente coabita no coração com alegrias e tristezas, desgostos e solidão. Alimentas o dia de luz e a noite de calor, enches as nuvens de existência e o céu de anjos. Amar intensamente aquele que não é nosso, não nos pertence mas nos completa, nos preenche... Que loucamente nos leva à imensidão do pensamento, ao aquecimento de todas as células... "procura-me... sei que estou algures dentro de ti..." em busca de mais e mais sorrisos, de olhares, de abraços, de presença... Palavra quente que penetra o significado da nossa essência e prevalece sobre todas as coisas, todos os sentimentos, todas as dúvidas.
Imagino o branco pairando sobre o ar que respiro e vejo penas sobrevoando o meu ser. Levemente cortam o espaço emerso de vazio, pairando até mim, rodeando-me de paz e de clareza. Vejo tudo, apercebo-me de tudo, sinto tudo o que o meu coração consegue alcansar e apercebo-me dessa grande arma de que dispomos. Nada é tão certo como o que nos preenche o peito e o que o alimenta, esse pequeno grande sobrevivente, o amor! Dou-o livremente a todas as criaturas, a todos os seres, distribuo por todos os corações, toco em todos os rostos e ilumino os seus sorrisos porque deixo que ele, tão grandiosamente habite em mim. Obrigada por seres o perfume que a rosa da vida emana sobre mim todas as manhãs e enche-me a alma do seu suco.
Quanto a ti... já sabes procura-me apenas, se sentires o amor sentir-me-ás junto a ele...
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Trigésima Segunda Linha
Por ai... caminhando e observando
Olho cada grão de pó, cada pequeno ser de pólen, cada folha que brota, cada flor que nasce, cada passo que dou no chão. Observo cada direcção que cada um toma, cada escolha que faz e que lhes é feita, que tão subtilmente nos leva ao devaneio da sua existência e à casualidade do momento. Apercebo-me que cada milimetro que percorrem é uma exactidão do seu percurso e do meu percurso.
Para tudo há uma razão plausível, uma história inerente, um silêncio terno de conhecimento. Os acasos são meras possibilidades de quem não acredita ou tem medo de aceitar as mensagens que lhes estão sendo dadas. Cada pequena porção de nós e do mundo pretendem contar uma história e levar cada espaço, cada ser ao lugar que lhe pertence. A luz guia-nos inteiramente nesse vazio que vai do nascimento à morte. Vazio esse que se vai preenchendo com aquilo que somos, que nos completa, que nos desenha. Vazio esse que se torna intenso de qualidades e de significado. Vazio que se enche de ensinamentos, de erros, de respiros, de lágrimas, de sorrisos, de palavras, de gestos, de histórias, de momentos, de silêncios, de pensamentos, de física e química, de matéria, de lições, de objectivos, de partidas e chegadas, de corações e sentimentos, do nada e do tudo, dos cheiros, das cores, do tacto, de sensações, de perguntas e respostas, de pegadas, de mtos passos!
sexta-feira, 9 de maio de 2008
Trigésima Primeira Linha
Por ai... caminhando
O percurso em torno do saber continua, sobre pedras, vidros, terra e esterco vou desembocando nas verdades que me compõem e completam cada célula que me define. Aposto em cada segundo do pensamento, aprendo com todos os segundos despreendidos dos outros que me rodeiam e lanço energia ao ar para que penetre nos seus corações e desenhe subtilmente o caminho de cada um inclusive o meu... Dúvida atrás de dúvida vou chegando às certezas que me deixam dar mais um passo de vida, de esforço, de conquista e de esperança.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Trigésima Linha
Gssss!!!
A eternidade da tua ausência leva a procura desse lugar amoroso que povoa a infinita ceara de trigo dos extensos campos da alma. Faz-me percorrer imensos momentos de passos atrás de passos na estrada sófrega de luz que coabita no mais fundo poço do meu peito, que em silêncio leva as águas perdidas de uma corrente imersa do pensamento em busca de um lago terno onde tu habitas.
Ninguém serás até ao momento em que a minha noite vira dia e as nuvens que me percorrem encontram o azul do céu, serás lembrança do nevoeiro que nos dias repletos de vazio e insignificância me perseguia. Falarás no ar que de mim respiras, do cheiro que de mim emanas, das palavras que para ti profiro, dos toques que lamentam a tão prolongada ausência do nada e choram o tão esperado futuro eterno dessa efemeridade.
Sentiremos juntos a cobrança do tempo e o desejo frenético de um beijo que em silêncio expelirá as doces e constantes memórias sobvalorizadas da matéria que nos compõe. Memórias que não são mais que frases feitas falhadas do pensamento e vontades imaginárias de se sentir os dois sendo um só corpo.
O futuro por nós desconhecido nada mais é senão o amanhã e o depois de amanhã, soluços da nossa existência neste percurso artilhado de bombas e chupa chupas.
terça-feira, 8 de abril de 2008
Vigésima Nona Linha
Tu e Eu...
"Eu tenho o tempo,
Tu tens o chão,
Tens as palavras
Entre a luz e a escuridão.
Eu tenho a noite,
E tu tens a dor,
Tens o silêncio
Que por dentro sei de cor.
E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.
Eu tenho o medo,
Tu tens a paz,
Tens a loucura que a manhã ainda te traz.
Eu tenho a terra,
Tu tens as mãos,
Tens o desejo que bata em nós um coração.
E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós."
Pedro Abrunhosa
"Eu tenho o tempo,
Tu tens o chão,
Tens as palavras
Entre a luz e a escuridão.
Eu tenho a noite,
E tu tens a dor,
Tens o silêncio
Que por dentro sei de cor.
E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós.
Eu tenho o medo,
Tu tens a paz,
Tens a loucura que a manhã ainda te traz.
Eu tenho a terra,
Tu tens as mãos,
Tens o desejo que bata em nós um coração.
E eu, e tu,
Perdidos e sós,
Amantes distantes,
Que nunca caiam as pontes entre nós."
Pedro Abrunhosa
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