terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Décima Primeira Linha

Pensamento confuso mas certo

Têm me faltado as palavrinhas... Os momentos de introspecção têm sido longos...
As mudanças na vida de alguém surgem por vezes por meros "acasos", sem esperar pelo susto deles aparecem, vindo alegrar o dia ou entristecê-lo. Mas na verdade todas as mudanças são boas, foram propositadamente colocadas no nosso caminho, mas essa mensagem só a adquirimos tempos depois, quando as respostas nos vão sendo dadas, quando nos vamos descobrindo como seres e como passageiros deste comboio. Por vezes saltar a carruagem não implica andar em frente, em muitos casos esquecemo-nos de uma luva ou de uma mala ou até mesmo de um passado duas ou três carruagens atrás e não podemos avançar enquanto não os formos buscar, porque fazem parte de nós e precisamos deles para caminhar. Contudo a maioria das vezes essas mudanças não são vistas assim, obrigamos a vida a avançar, forçamos as portas e lá vamos nós, no entanto, a cada caminhada vai ficando sempre algo atrás, os novelos de lã funcionam assim, por isso à que ir buscar a luva e soltar a ponta do cachecol que ficou preso na carruagem anterior e só depois avançar pelo seguro.
O passado não perdoa, quando não ultrapassado ou forçosamente exigido para não ser mais que isso, será sempre um espeto a picar-nos o juízo. As mudanças implicam vontade que elas aconteçam na melhor das situações porque quando não as queremos, surgem aqueles dias menos bons e chamados "indesejados" que desorientam todos os passos que demos até então… de repente damos por nós a saltar as carruagens dos outros e não as nossas, porque não as quisemos como eram mas como as que não nos estavam delineadas. Há sempre que aceitar cada passo, cada "acaso" e cada carruagem da vida, porque a pré-disposição delas foi feita em função daquilo que cada um é.
Carregar a cruz dos outros porque não queremos levar a nossa não é solução. Passear no comboio dos outros porque desgostamos do nosso também não é solução. Seria o mesmo que viver na casa de outro alguém porque a que nos foi dada não é como queríamos, quando na verdade a mudança poderia estar a um passo. Há que acreditar que esse "acaso" que tanto criticamos por não surgir na melhor altura surgiu simplesmente no momento em que precisamos dele para avançarmos.

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